segunda-feira, 27 de junho de 2011

Woodstock!


De volta depois de mais um longo hiato sem post, velha correria de sempre, mas, ultimamente, tenho pensado neste blog, então porque não voltar a postar?Pois bem,para esse retorno escolhi falar um pouco de um livro que já tinha lido faz um tempo chamado "Aconteceu em Woodstock". O livro conta a história real de um concerto que marcou geração, a partir do ponto de vista de um dos principais, se não o principal, organizador do evento. Livro com um viés meio autobiográfico de Elliot Tiber, o homem que tornou possível que acontecesse um Festival, no qual reuniria Jimmy Hendrix, Janis Joplin e c&a.

Num contexto da gurra do Vietnã, o verão de sessenta e nove, ou seja, num período de contra violência e também de seu problema financeiro familiar explica a exposição aquariana, na qual defendia paz, amor e liberdade. Dentre dilemas pessoais, como sua sexualidade, relação complicada com sua mãe, acabam por revelar os bastidores do evento. Antes da realização do festival, Elliot com sua família lutava contra a evidente falência de seu decadente hotel na pequena cidade de Bethel, de NY. Algo, que a princípio, parecia uma missão impossível devido a clientela, restrita e quase apenas judia, que frequentava o local durante as férias e havia trocado a pequena cidade pela Flórida, tornando a indústria de turismo da região praticamente falida.

Elliot divida sua vida entre essa pequena cidade e Nova Iorque, onde trabalhava e estudava durante a semana e retornava nos fins de semana para Bethel, no interior, para cuidar do hotel El Monaco e de seus pais, já que tinha uma relação complicada. Numa tentativa de aumentar o fluxo de visitantes da cidade, Elliot produzia pequenos eventos culturais na beira da estrada, eventos esses referente a música, cinema e arte, que não era lá um sucesso, já que contavam apenas com uma média de uns 5, 6 integrantes!Agora, imagine o contraponto que foi ao organizar uma evento que tomou dimensões que nem ele mesmo imaginava, e pelo qual todos os olhares se voltaram para eles.

Apesar de ter meio que me decepcionado com o livro, erro meu!, por ter criado uma expectativa de que iria conhecer mais sobre o evento, tipo detalhe de nomes como Jimmy Hendrix, The Who, Janis Joplis e tantos outros... o que acaba apenas acontecendo de forma muito sucinta e não muito detalhada no ultimo capítulo do livro que também é chamado de "Aconteceu em Woodstock". Tirando essa quebra de expectativa, temos um homem que ao tornar possível esse show que ficou para história, aprendeu a resolver e assumir as suas escolhas descobrindo o valor de seu amor próprio, ou seja, um livro emocionante e caso você se interesse pela história de Elliot em sua empreitada, então você tem que ler esse livro!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mentiras

Eu minto, tu mentes, ele/ela mente, nós mentimos, vós mentis, eles/elas mentem... Mentiras, mentiras e mentiras... é improvável que você não tenha mentido até esse exato momento e caso sim, mais improvável ainda que você fique sem mentir até o resto de sua vida. Mas porque nós mentimos?

São tantos tipos de mentiras e é interessante pensar em até que ponto nós temos aquela situação de, talvez, medo de contar a verdade. Talvez, para evitar possíveis problemas de imediato, mas e os posteriores, caso descubram que aquilo era uma mentira? Existem vários tipos de mentiras, algumas que eu acredito ser inevitável, que cometemos e uma que é realmente de praxe, como aquela pergunta que geralmente fazemos de modo meio que inconsciente, talvez pelo fato de que a sociedade ache essencial, que é a "tudo bem?" e o melhor de tudo é a resposta que vem de imediato "tudo". Claro que na maioria das vezes nós perguntamos apenas por perguntar, por educação, não que nós venhamos a nos importar realmente e aí vem a pessoa e responde: "tudo".

"Tudo"... Tudo mentira. Primeiro que, a princípio, acredito que nós não temos acesso a tudo o que nós pensamos, o tal inconsciente, então partindo disso, como vamos fazer uma pergunta que sabemos que o próximo não está habito a responder? E aí, vem a resposta hipócrita, de que sim, está tudo bem... Ou não! Há também aquelas pessoas que não perdem a oportunidade para contar aquele dilema, historia de toda um tragédia/desgraça que aconteceu em sua vida...E existe aquele famoso "estou chegando", "estou saindo", também de praxe, engraçado que os dois citados anteriormente podem depender, variar, de vários pontos de vista.

Hm... e que tal aquela famosa saia justa, "olha deu um probleminha no sistema e, infelizmente, não vai dar para ser resolvido agora, tudo bem se for mais tarde?" aí vem a resposta: "tudo". Tudo?! claro que não está tudo bem... Há casos que se cria um medo em responder o que realmente vamos fazer, o que realmente estamos com vontade de fazer, como por exemplo, "Olha já chamei todo mundo que nós conhecemos em comum para um show que vai ter próximo sábado, e aí, vamos?". Quando não se está afim, muitas vezes começamos com um discurso, toda um explicação do tipo de que "talvez não dê pra ir por causa de um problema que aconteceu, etc", quando na verdade é apenas você que não está afim de tal programação.

Então, afinal, porque nós mentimos? E qual é aquela frase ou expressão de que quando você fala, todos já podem ficar ciente de que é mentira?No meu caso é "Quer saber de uma coisa? Eu não estou nem aí!" rs

sábado, 26 de junho de 2010

A insustentável leveza do ser.

Um livro excelente e que foi uma das minhas leituras recentes. É um romance de Milan Kundera - escritor nascido na República Tcheca e que depois de 46 anos emigrou para a frança .Foi o primeiro livro que li deste autor, talvez por ser a sua obra mais famosa? não sei, mas sei que foi o suficiente para que meu interesse nele crescesse. Quatro personagens protagonizam essa história: Tereza e Tomas, Sabina e Franz, que por interferência do acaso - ou destino? - e por forças de suas escolhas, cada um deles experimenta, de sua forma, o peso insustentável que dirige a vida.
Temos não só como ponto de partida a traição, como também o ponto que atrai os quatro personagens.Tomas é médico, teve um filho e uma ex-mulher que após o término de seu casamento decidiu ter uma vida mais leve, ou seja, não se comprometer com nenhuma mulher - gostava de ter relações com várias, embora não se envolvia emocionalmente. Esse estilo de vida era a sua leveza que não o permitia ter questões amorosas, o que poderia ser um fardo/peso para ele.
Entretanto, após conhecer Teresa sua vida muda.Ele sente-se ligado emocionalmente à Teresa e passa a viver com ela, apesar de continuar com seu antigo hábito - o de sair com várias mulheres. Teresa, por sua vez, ama Tomas e não consegue se imaginar vivendo sem ele, até que suas traições a puxam para um profundo vazio. Teresa morava com sua mãe e seu padrasto, odiava tudo que estivesse relacionado a sua mãe, principalmente seu modo de se comportar diante dos outros e o modo como expunha seu corpo sem pudor e, então, o que mais Teresa desejava era trair tudo que sua mãe lhe ensinou e esquecer totalmente a vida que teve e para isso necessitava de Tomas.
Sabina era pintora e tinha uma relação até que duradoura com Tomas. Duradoura sim, embora sem emoções envolvidas, já que Sabina era quase como a versão feminina de Tomas, pois não se permitia envolver-se profundamente com outra pessoa. Ao conhecer Franz ela percebe seu estilo leve de viver fica ameaçado. Franz é casado e trai sua mulher com Sabina. Sabia repugnava a ideia de fidelidade, já que lembrava seu pai puritano e da mesma forma que Teresa renegava a mãe, Sabina renegava seu pai e sua familia.
O que parece leve acaba se tornando insustentavelmente pesado de ser manter. A vida que Tomas julgou ser leve acaba tornando-se pesada quando ele percebe que havia ser tornado "escravo" dessa situação e que queria ser livre para poder fazer feliz Teresa. Já a traição a mãe que Teresa tanto objetivava só tornou-se em um caminho pesado por angústias e rancores.
O que vale salientar, ainda, é uma teria de que segundo Nietzsche a vida é um eterno retorno, porque precisamos e/ou temos a obrigação de errar e voltar a errar quantas vezes forem necessárias desde que não cometamos o erro primário humano de levarmos uma vida dentro de um ciclo de mesmices. Teoria curiosa e que convence, em suma, levarmos uma vida que valha a pena ser vivida!
Um texto simplório, a princípio, apenas para indicar o livro mesmo. Procurando rapidamente na internet, vejo que esse livro ganhou uma adaptação no cinema por Philip Kaufman e que levou o título de "The Unbearable Lightness Being".Gostaria de voltar a comentar do livro e seu respectivo filme, uma vez que conferido por mim, mas por enquanto, gostaria da sua opinião se já leu o livro e/ou viu o filme, como também o que seria a insustentável leveza do ser para você?!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Alice,


Um pouco atrasado, eu sei, porém achei legal que deveria comentar sobre o mais novo filme do diretor Tim Burton.Apesar de nunca ter lido o livro na infância, só ter conferido, agora recentemente, com a chegada do filme, sempre soube mais ou menos como seria a história.No entanto, acredito que esta história tenha mais indagações e filosofia que uma criança ou pré-adolescente espere de um "conto de fadas", e a partir disso, acredito que assim como outras obras - "O Pequeno Príncipe", por exemplo - tornem-se clássicos.Fazendo com que essas obras "envelheçam" e "amadureçam" com o tempo, perante nós.


Algumas coisas no livro nos chamam a atenção, como por exemplo a curiosidade que é quase sempre inerente aos jovens - ou não só ele...- porém, muitas vezes, nem sempre acabam bem;Temos o coelho, que acredito retratar a tendência de nós seres humano querermos fazer sempre mais coisas em menos tempo...E algumas vezes termos medo de superiores no trabalho!Já a Dama de Copas, retratando, uma crítica à monarquia, sendo assim o rei mais frouxo que a rainha;Temos também o chapeleiro louco conjunto de sua lebre de março, em seu eterno chá, querendo dizer as eternas voltas que damos na vida sem chegar a lugar algum...Já os naipes, fazendo com que nos lembremos que cada um tem não só sua função, como seu lugar no mundo.Embora, o que mais saliento, são os questionamentos sobre o ser e o estar, uma diferença no que se sente e o que os outros veem de você...E não só, como outras perguntas, as quais têm várias respostas, mas que nenhuma responda perfeitamente...


Como já tinha mencionado aqui anteriormente, sobre as adaptações de livros a filmes, que muitas vezes não são tão felizes - no entanto, é possível sim, ter adaptações boas de livros, como a recente adaptação do livro "Agente 67" e o seu respectivo filme "A Ilha do Medo", com Dicaprio, entre outros.Fazer uma adaptação de um livro clássico durante a história requer muita coragem e é nesse ponto que devemos vangloriar Burton.Sobre o filme, se mais uma vez você deseja encontrar uma cópia fiel ao livro...não irá achar!E é melhor deixar essa ideia para lá, aceitando o desafio que Tim Burton nos propõem.Acredite, você não irá se arrepender!Temos a rainha vermelha, com uma cabeça tão grande, fazendo de si uma figura tão bizarra, que quando sua cena acaba, queremos que ela volte logo.Já o Chapeleiro, que, talvez, tenha aparecido de mais...O pontos altos são as pequenas interferências da Lagarta Azul e o Gato Inglês, que me animavam enquanto a história teimava em fazer sentido...


Quando afirmo "teimava em fazer sentido" acredito que quem leu o livro irá concordar comigo, que o desenrolar da obra de Lewis acontece sem nenhuma relação lógica entre elas, quase como funciona a imaginação de uma criança.O filme transforma o livro também numa batalha maquiavélica - entre o bem e o mal - coisa que não acontece no livro, como por exemplo, no livro a rainha manda que cortem a cabeça de vários, porém ninguém a obedece...Mas talvez o filme tenha que se transformar um hollywoodiano...É... não há como não admitir que tenha ficado um pouco decepcionado com a adaptação, talvez por ter lido recentemente o livro, não sei.Mas, depois de um certo tempo após o filme, acredito que uma interpretação fiel do livro daria, hum, talvez um filme bem menos interessante...Já que algumas passagens do livro funcionam tão bem no papel, de forma que é riquíssimo para a imaginação de quem lê e que não renderia um filme atraente para o grande público.Afinal de contas, o cinema, com sua abundância visual, deixa muito pouco para a fantasia...


A "Alice" de Tim Burton é sim uma criação incrível visual a qual recomendo sem hesitar.Mas para viver toda a imaginação dos personagens de Carroll, ainda prefiro ficar com o livro na minha cabeceira...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Cine PE

Aconteceu em Recife do dia 26 de abril até 2 de maio.Não poderia deixar de comentar sobre este festival tão importante não só para Pernambuco como para todo o Brasil.Sendo está a primeira vez pela qual tive a oportunidade de ir para um festival de cinema como este, não me arrependo nem um pouco e indico a você que se tiver a oportunidade, nos próximos vá!

Acho este festival importante por ser um único lugar onde nós - telespectadores - podemos ter acesso a curtas, uma vez que é proibido por lei a exibição de tal nos cinemas brasileiros.Mas por que mesmo isso acontece?Não só a curtas, como a cultura produzida por nós mesmo pernambucanos e brasileiros que muitas vezes não temos acesso.Digamos que só aqui em recife temos, atualmente, uma média de 70 curtas sendo produzidos por ano e eu me pergunto a quantos nós temos acesso?E o cinepe é o festival de cinema que tem o maior público de todo país, mais um orgulho para Pernambuco.

Não fui a todos os dias do cinepe, mas pude acompanhar do dia 28 de abril ao dia 1.Primeiro gostaria de falar sobre os longas que conferi neste festival. Sendo eles:

"Não se pode viver sem amor" - ,de Jorge Durán diretor Chileno ao qual não conhecia e também diretor de outros filmes como "A cor de Seu Destino" de 1986 e "Proibido Proibir" de 2006.O filme é basicamente formado por três núcleos, temos de um lado uma mãe que vai até a capital carioca na tentativa de apresentar o filho ao pai, por outro um professor universitário que decide se mudar para a Suíça.Temos também um jovem advogado atuado por Cauã Reymond, enfrentando a falta de dinheiro.Os três caminhos formados por decepções, aprovações éticas e amorosas.Entretanto, nem mesmo com uma plateia que é capaz de aplaudir a qualquer besteira, ao final do filme foi capaz não só de aplaudir sem vigor, como rir em cenas que deveriam proporcionar o ápice de tensão.Sendo assim, um roteiro não muito bom, se desenrola a lá novela das sete, mas o problema vem mesmo quando a histórias se cruzam, entre elas até cena de ressurreição acontece.Enfim, para uma primeira vez de contato com esse diretor, não foi muito feliz...

"Leo e Bia" - veja o trailer aqui -de Oswaldo Montenegro, baseado em sua música.Não só é o seu primeiro filme, como foi bancado por ele.Tem como atriz principal Paloma Duarte, que dá um espetáculo em sua atuação e acabou ganhando melhor atriz por merecimento.Foi um filme simples e bem executado, com uma fotografia muito boa, excelente de ser visto.Ganhou também na categoria de melhor trilha sonora, também de meu acordo.Acho que vale a pena ser visto, recomendo!

"Quincas Berro d'água"- veja o trailer aqui - de Sérgio Machado, que também não conhecia seu trabalho, tem dois outros filmes que não conferi chamados "Cidade Baixa" e "Onde a Terra acaba".Filme baseado na obra, talvez a mais conhecida, de Jorge Amado.No filme representa a vida boêmia de Quincas e conta a sua vida após a morte, vários momentos de amizade e alegria são retratados de uma forma ímpar.Mostra a Bahia do candomblé e seus orixás muito bem retratada e colorida.Temos em paralelo a vida de sua filha que após sair de casa decide por tirar seu pai por completo de sua vida.Mas com a morte do pai, a verdade vem a tona.Tudo isso faz com que a familia possa refletir e ver o que existe de bom na boêmia, aprendendo assim, com os passos de Quincas.É um filme muito engraçado que mostra que a vida pode ser alegre, mesmo após a morte.Um filme muito bom!E ao contrário de Jorge Durán, me deu vontade de assistir seus outros filmes!

"Sequestro" -veja o trailer aqui - de Wolney Atalla, um documentário excelente visando o trabalho da equipe anti-sequestro de São Paulo.Mostrando casos surpreendentes, alguns feliz e outros nem tanto.Tendo a visão do sequestrador, do sequestrado e sua familia e da equipe anti-sequestro.Casos como o de um senhor de certa idade, que tinha várias doenças como diabetes, pressão alta, entre outras e que tomava "apenas" quinze remédios por dia conseguiu sobreviver.Outro de uma criança de apenas seis anos, que também teve um final feliz.Enfim, tenta mostra para nós, que não fomos sequestrados, a sensação de como o é.Recomendo!

"As Melhores Coisas do Mundo" - veja o trailer aqui - de Laís Bodanzky.Ela uma diretora fantástica e uma das coisas que mais gosto dela é o simples fato de que foge ao velho clichê temático brasileiro, sempre sobre o árido nordeste ou a violência e miséria que vêm das periferias.Uma diretora já conhecida pelo cinepe e de dois outros filmes "O Bicho de sete Cabeças" e "Chega de Saudade", que já estou muito curioso para assistir.Em seu terceiro longa-metragem coloca em voga a classe média de adolescentes.Apesar da trama se passar em um colégio paulistano, a trama poderia se passar em qualquer cidade, como Rio, Nova Iorque, pois sofreria poucas modificações, já que fala de pessoas e não de situações.

O personagem princiapal é o Mano por Francisco Miquez, um adolescente de apenas 15 anos que enfrenta todos os problemas de sua idade, cobrança de amigos sobre virgindade, uma paixão não correspondida, um lugar na sociedade e como um bônus seus pais ainda se separam.Não só grandes nomes como Denise Fraga, Zé Carlos Machado e Paulo Vilhena estão presentes no filmes, com um monte de atores novos, sem experiências anteriores, assim como o tão comentado Fiuk.Um filme excelente e que levou vários prêmios, todos de total merecimento.Mas a boa notícia é que "As Melhores Coisas do Mundo" vem não só para ajudar a esclarecer dúvidas de jovens de 15 anos, de pais e ,principalmente, mostrar que o cinema brasileiro não se resume a fome e miséria!

Assisti a ótimos Curtas e a outros não tão bons assim.Sendo eles de praticamente todo o Brasil, SP, RJ, PE,BA, RS, PA, CE, dentre outros.Dos que conferi, tem "O médico Rural", pernambucano e do qual não foi um dos melhores a meu ver..."Do Morro?", um documentário que foi muito comentário, falando do cantor João do Morro, que tinha como raíz uma entrevista ao próprio e divididas opiniões a seu respeito, tinha quem fizesse divagações filosóficas de suas músicas a quem criticasse ao máximo em relação a sua polêmica música "Papa Frango".Outro também que teve muita reação da plateia foi "Faço de mim o que quero" outro documentário fazendo alusão ao brega, de forma muito engraçada e original.Teve também aqueles que não fizeram nenhuma sentido pra mim como "O plano do cachorro".Já os melhores para mim foi "Sweet Karolynne" que apesar de ter um titulo como esse é um curta que tem como atriz principal uma criança que pede para sua mãe comprar um "pintinho" na feira e depois o nomeia de Jarbas!A gente acompanha todos os passos de Jarbas até mesmo quando ele está servido na mesa!Tendo uma viés crítico por trás de forma muito sutil e genial, excelente.Pelos que vi, para mim de melhor curta foi "Azul" que foi simples e poético, de fotografia magnífica, embora não tenha ganhado o melhor curta...

Enfim, acredito que me prolonguei o bastantes e caso você tenha chegado até aqui e queria saber mais sobre o festival, clique aqui, para conferir o site do cinepe.No mais é isso, vamos que vamos com a esperança de que curtas serão mais vistos e mais festivais assim como esse sejam realizados...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Alice Sebold

Hoje resolvi falar de alguns livros e suas respectivas adaptações cinematográficas e não só, como alguns outros filmes que tenho conferido recentemente.Primeiro de tudo gosto de ressaltar que muitas vezes - na maioria das vezes -, nós como espectadores não gostamos nem um pouco delas.Mas porque exatamente isso acontece?Não seria tão prático e simples se o roteiro fosse quase como o livro? Daí é que está o problema, ser simples é complicado...

Começando com um livro que tinha lido já duas vezes, chamado "Uma vida interrompida" de Alice Sebold, uma escritora americana, que tem apenas três livros - pelo menos até onde saiba e todos com traduções em português.O primeiro chamado "Sorte" que é um autobiográfico - não conferi ainda, mas está na lista - o qual conta a história de violência sexual sofrida aos 18 anos.Logo em seguida temos "Uma vida interrompida", que também conta a história de uma menina chamada Susie Salmon que foi estuprada e morta aos 14 anos de idade, isso acontece logo nos primeiros momentos do livro, a partir daí ela vai para o céu e começa a ver a vida - no âmbito dos problemas psicológicos, de perdas, dentre outros -de sua familia e de seus amigos para com a sua morte.Sendo narrado de uma forma leve e despreocupada é muito bom de ser lido, um excelente livro, recomendo.Daí, depois de algum certo tempo fiquei sabendo que teria a sua versão no cinema, fiquei muito empolgado para ver!Seu título original chamado "The lovely Bones" e sua respectiva tradução "Um olhar do paraíso", que a propósito qual é o problema dessas traduções, hein?!Querendo conferir o trailer desse filme basta clicar aqui.O filme foi um tanto quanto inocente da forma como retratou o livro, poderia ter sido um pouco melhor.Tendo sido suprido algumas cenas como uma da banheiro em que Susie encarna no corpo de sua amiga para ter um momento com seu ex-pretendente.Já não sendo suficiente, tem uma mudança do que acontece com o estuprador no filme, dada de maneira quase que holliwoodiana julgando de forma como não acontece no livro.Apesar dos apesares, quem leu o livro, vale a pena assistir o filme, porque é sempre bom ter uma experiência material daquilo que nos imaginamos, embora não espere muito do filme.

Seu terceiro livro - que estou lendo, já passei da metade - chama-se "Quase Noite", um livro forte, que narra a história de uma filha que mata a mãe.Mais uma vez Alice retrata de forma muito sagaz as relações familiares, muitas vezes conturbadas, em cenas que levam ao limite dos conflitos.A história se passa em uma cidade no subúrbio na Pensilvânia, típico de classe média, onde nada de muito extraordinário acontece, até então.A trama desenvolve-se em apenas 48 horas, entrelaçadas com as memórias de sua protagonista, Helen.Fatos como, a doença mental de sua mãe, fraqueza moral de seu pai, fazem com que Helen torne-se uma mulher fraca, insegura e triste.O livro que por ser um tanto quanto "pesado", acaba fazendo com que o leiamos aos poucos, com alguns intervalos para que possamos "digerir" os fatos.Acredito que valha muito a pena ter a experiência de ler tal livro, mesmo sendo triste.Esse livro choca logo no começo, com o primeiro parágrafo e acho que vale a pena transcrever aqui é:
"No final das contas, matar minha mãe foi bem fácil.A demência, conforme desponta, tem o poder de revelar o âmago da pessoa afetada.O âmago de mamãe era podre como a água fétida de um vaso de flores mortas.Ela era bela quando meu pai a conheceu e ainda capaz de amar quando eu, a filha temporã, nasci.Mas, naquele dia, ao me encarar com aqueles olhos vidrados, nada disso importava mais."
Como tinha dito anteriormente gostaria de relatar não só esse como outros livros e outras adaptações, entretanto, sei que não posso me estender muito e também acho que foi legal falar em um post só, sobre Alice Sebold.Sendo assim, então, vou deixar, para os próximos posts os outros livros e filmes.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Anne Frank


Entre tantas coisas a falar, escolhi hoje escrever sobre um livro o qual acabei de ler recentemente e que foi uma experiência única. Este livro chama-se "O diário de Anne Frank".Acredito que muitas pessoas não só já tenham ouvido falar desse livro, como também lido.
Anne Frank nasceu em 1929 na Alemanha, filha de um banqueiro e uma dona de casa, ambos de origem judia.Anne aos quatro anos de idade foi obrigada a sair do país, com a chegada de Hitler no poder, mudando-se para Amsterdã.Encontrando inicialmente uma vida tranquila, só que em 1942 a perseguição ao judeus deflagrou-se também na Holanda.Dessa forma, os pais de Anne juntaram-se com alguns amigos e decidiram se esconder dos invasores alemães.Aos treze anos, ela ganha de presente um diário e o chama de "Kitty", onde começa a relatar os acontecimentos de sua vida.
A princípio, ela age como qualquer garota de sua respectiva idade, fala sobre futilidades, amizades, sua relação com a irmã, discussões corriqueiras com a mãe, entre outros.No entanto, as coisas tornam-se diferentes quando ela se muda para o esconderijo, chamado pelos moradores de "Anexo Secreto"."Kitty" ,então, torna-se seu único instrumento de liberdade - e não só, já que o papel é sempre mais paciente que a pessoas, não é verdade?- e nele descreve as transformações de cada um que no anexo residia com suas respectivas angustias.Ela destaca sentimentos- os quais oscilam como ela mesma dizia "Himmelhoch jauchzend, zu tode betrübt" que quer dizer "No topo do mundo, ou nas profundezas do desespero"-, aflições, o fato de conviver com pessoas nem sempre agradáveis- mais um trecho que me chamou atenção "Você só conhece uma pessoa depois de uma briga.Só, então, é possível julgar o seu caráter!", um comentário bastante perspicaz não é mesmo?-,o fato de não querer compartilhar o seus problemas com outras pessoas - é aí que ela escreve "tento rir porque não quero que vejam meus problemas", quantas vezes você não já fez isso? - esperança, fé, sexualidade, amor e pequenas alegrias de uma vida incomum.
Anne tinha uma mentalidade forte e difícil de lhe dar, - Aqui vai um trecho,"Sábado, 30 de Janeiro de 1943, Quando falo, todo mundo acha que estou querendo aparecer, que sou ridícula quando estou quieta, insolente quando respondo, inteligente quando tenho uma boa ideia, preguiçosa quando estou cansada, egoísta quando como um pouco mais que deveria, imbecil, covarde, calculista e outros adjetivos" -tem crises temperamentais e existenciais - e quem não já teve a sua?-, mas cresce, admite seus erros, seu temperamento difícil e amadurece.Ela tem saudades do passado, do tempo anterior a vida no esconderijo, tem o desejo de liberdade, de fazer coisas como andar de bicicleta e de passear ao ar livre - ela admirava muito a natureza, a lua, o céu, a brisa sempre que podia - e de estar com os amigos.
O diário de Anne Frank é mais que um livro.É uma lição de vida, um relato emocionante de um dos períodos mais tristes e degradantes da história da humanidade.Um documento que faz o leitor sofrer e torcer junto com os "personagens" e perceber o quão difícil foram àqueles tempos.É uma obra que deveria ser lida por todos, para que a humanidade jamais se esqueça da brutalidade e crueldade cometida e propagada pelo nazismo e para que um episódio como esse não se repita na história e que outros diários como este não seja escrito.