
Entre tantas coisas a falar, escolhi hoje escrever sobre um livro o qual acabei de ler recentemente e que foi uma experiência única. Este livro chama-se "O diário de Anne Frank".Acredito que muitas pessoas não só já tenham ouvido falar desse livro, como também lido.
Anne Frank nasceu em 1929 na Alemanha, filha de um banqueiro e uma dona de casa, ambos de origem judia.Anne aos quatro anos de idade foi obrigada a sair do país, com a chegada de Hitler no poder, mudando-se para Amsterdã.Encontrando inicialmente uma vida tranquila, só que em 1942 a perseguição ao judeus deflagrou-se também na Holanda.Dessa forma, os pais de Anne juntaram-se com alguns amigos e decidiram se esconder dos invasores alemães.Aos treze anos, ela ganha de presente um diário e o chama de "Kitty", onde começa a relatar os acontecimentos de sua vida.
A princípio, ela age como qualquer garota de sua respectiva idade, fala sobre futilidades, amizades, sua relação com a irmã, discussões corriqueiras com a mãe, entre outros.No entanto, as coisas tornam-se diferentes quando ela se muda para o esconderijo, chamado pelos moradores de "Anexo Secreto"."Kitty" ,então, torna-se seu único instrumento de liberdade - e não só, já que o papel é sempre mais paciente que a pessoas, não é verdade?- e nele descreve as transformações de cada um que no anexo residia com suas respectivas angustias.Ela destaca sentimentos- os quais oscilam como ela mesma dizia "Himmelhoch jauchzend, zu tode betrübt" que quer dizer "No topo do mundo, ou nas profundezas do desespero"-, aflições, o fato de conviver com pessoas nem sempre agradáveis- mais um trecho que me chamou atenção "Você só conhece uma pessoa depois de uma briga.Só, então, é possível julgar o seu caráter!", um comentário bastante perspicaz não é mesmo?-,o fato de não querer compartilhar o seus problemas com outras pessoas - é aí que ela escreve "tento rir porque não quero que vejam meus problemas", quantas vezes você não já fez isso? - esperança, fé, sexualidade, amor e pequenas alegrias de uma vida incomum.
Anne tinha uma mentalidade forte e difícil de lhe dar, - Aqui vai um trecho,"Sábado, 30 de Janeiro de 1943, Quando falo, todo mundo acha que estou querendo aparecer, que sou ridícula quando estou quieta, insolente quando respondo, inteligente quando tenho uma boa ideia, preguiçosa quando estou cansada, egoísta quando como um pouco mais que deveria, imbecil, covarde, calculista e outros adjetivos" -tem crises temperamentais e existenciais - e quem não já teve a sua?-, mas cresce, admite seus erros, seu temperamento difícil e amadurece.Ela tem saudades do passado, do tempo anterior a vida no esconderijo, tem o desejo de liberdade, de fazer coisas como andar de bicicleta e de passear ao ar livre - ela admirava muito a natureza, a lua, o céu, a brisa sempre que podia - e de estar com os amigos.
O diário de Anne Frank é mais que um livro.É uma lição de vida, um relato emocionante de um dos períodos mais tristes e degradantes da história da humanidade.Um documento que faz o leitor sofrer e torcer junto com os "personagens" e perceber o quão difícil foram àqueles tempos.É uma obra que deveria ser lida por todos, para que a humanidade jamais se esqueça da brutalidade e crueldade cometida e propagada pelo nazismo e para que um episódio como esse não se repita na história e que outros diários como este não seja escrito.